
Sinto o tempo passar e isso não é uma observação, é um sentimento. O "tic tac" já habita meu subconsciente e isso não é uma música, é um som que faz questão de lembrar a efemeridade dos acontecimentos, mas não da falta deles. Quando não acontece nada o "tic tac" fica mais alto e certas lembranças vêm à tona, e o sentimento do tempo passando persiste. Não é só através da correria cotidiana que se briga contra o tempo, mas também nos momentos que se percebem as algemas... Estas nos impedem de voar, de sermos quem podemos ser.
Sentir o tempo é cruel. Afinal, onde está a intensidade da vida? Em qualquer lugar que não seja um relógio... Em qualquer lugar que não exista algemas nem grilhões... Em um lugar em que a utopia tem forças, em que todos são dotados da liberdade de achar que o mundo quer ser mudado.