sábado, 24 de novembro de 2007
E o senso coletivo?
Sendo só mais uma criatura viva neste sórdido planeta, ninguém me dava atenção...
Eis que um dia apareço na televisão e passo a ser notícia, agora todos me conhecem, pois sou temido e admirado, um verdadeiro paradoxo. Cometi crimes inafiançáveis, por isso sou reconhecido, estou estampado em todas as folhas policiais, já não há esconderijo. Se houvesse, não recorreria a ele, pois já me encontrei: sou um ser de valores invertidos que não sabe ao certo se teve oportunidade de escolher tal caminho.
Acho que me enganei...
Será mesmo que é isso?
Questão de sobrevivência ou para alcançar um patamar mais alto? Na selva de pedras não há respostas, há especulações. Uma coisa eu sei: quase todos estão vendados, e enquanto isso, eu sou um mito.
Entre temores e admirações, permaneço por trás dos grilhões, bem distante do arrependimento.
Agora saí do baile de máscaras e só vejo quem quer me ver, foi a fuga da vida sem conhecer a morte.
Prazer, meu nome é José Brasileiro Frustrado, moro nos porões das melhores mansões e passeio nos piores pesadelos. O meu futuro não depende de mim e sim daqueles que se conceituam humanos e acham que vivem em uma sociedade integrada.
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